quarta-feira, 4 de agosto de 2021

CiberCultura X Sociedade



                                                  André é autor de comunicação, como Cidade Digital (edufba, 2007), Cibercidades (epapers, RJ, 2004), Olhares Sobre a Cibercultura (sulina, 2003), Cultura das Redes (edufba, 2002), Cibercultura: Tecnologia e vida social na cultura contemporânea (sulina, 2002) e Janelas do Ciberespaço (sulina, 2000).

  



No livro o escritor explica que o surgimento da cibe cultura é consequência das relações entre sociedade e cultura e está presente em vários momentos e objetos na sociedade desde a dança, cinema, esportes, lazer. A cibe cultura ganha força na era das redes e das conexões e que esta tecnologia moderna vem se revelando um coisa com seu lado positivo e negativo na sociedade. No século XIX ouve a explosão da tecnologia com inovações exemplo o cinema e o telegrafo o impresso como jornais fazendo com que a tecnologia se torna individual. Com a chegada da sociedade virtual os usuários passaram trocar criações e informações com apenas um clique sem limites de distancias, de tempo e espaço. Ou seja, o Ciber. está presente no dia a dia da sociedade nas culturas criando tribos e grupos fazendo que fiquem mais conectadas virtualmente esquecendo o calor de um encontro para tomar uma xicara de café bater papo frente a frente sem que seja através de uma tela.


Hoje é possível usufruir das redes e conexões desde para leitura de livros, jornais, fazer transações bancarias, ter aula online através de vídeo conferencias com mais de uma, duas, três, quatro... pessoas em um único clique não importando em que distancias essas pessoas estejam.

Com todo esse “ mundo” na palma das mãos também surgiram a tribos os crackers que são feras em invasão de banco de dados onde nos leva a compreender que neste mundo que nós da sociedade resolvemos viver também não é seguro.

Fica aquela saudade dos tempos da minha avó onde os vizinhos se sentavam em suas portas para bater papo enquanto seus filhos brincavam com bolinhas de gude ou bonecas e pique escondi. Nos tempos de hoje é difícil de se vê crianças brincando nas ruas, pessoas conversando sem estar ligada com o celular nas mãos viajando nas redes sociais. Mesmo que nos mantem distantes é o mesmo que nos mantem mais próximo, digo isso devido a situação o qual o mundo vem enfrentando atualmente com o isolamento social devido a um vírus que ninguém sabe ainda ao certo como pará-lo. Graças as redes e as conexões que a sociedade vem podendo se comunicar, estudar, trabalhar com apenas um clique. Mas e depois será que essa situação do não poder encontrar com aqueles que amamos nós sociedade seremos capazes de  reaprender a conviver mais uns com os outros sem precisar  está sempre online navegando  nas redes, dando prioridade ao natural no sentir, no viver cada momento?

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A Urgência da Interseccionalidade








Kimberlé Williams Crenshaw, é uma afro-americana e pesquisadora de 59 Anos, responsável pela Introdução e Desenvolvimento da teoria de Interseccionalidade, que basicamente nos mostra como grupos minoritários sofrem diferentes formas de preconceito, e por isso, devem ser reconhecidos e protegidos pensando em todas as formas como podem ser afetados pelo preconceito.

Diante dessa problemática, a professora se dedicou a tentar entender como e porque os direitos das mulheres negras nos Estados Unidos eram tão negados. E foi assim que deu origem a teoria da Interseccionalidade.

Nascida em Canton, Ohio, em 1959, filha de Marian e Walter Clarence Crenshaw Jr., ela frequentou a Canton McKinley High School. Graduou-se como bacharel em estudos governamentais e africanos pela Universidade Cornell em 1981, onde foi membro da sociedade Quill and Dagger. Recebeu o título de Juris Doctor pela Harvard Law School em 1984, no ano seguinte, um LL.M. da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin, onde era bolsista William H. Hastie e funcionária da juíza Shirley Abrahamson, da Suprema Corte de Wisconsin.







No  modelo de sociedade patriarcal  as mulheres, quando meninas, eram dominadas pelo seus pais, os quais tinham total poder para escolher com quem elas iriam se casar, e, quando mulheres, a sociedade masculinas e machistas as transformavam em domésticas cujo o único papel era o de cuidar do lar, dos filhos, sob total submissão ao esposo dando-lhes prazer sexual, e, muitas vezes eram agredidas por seus companheiros e não podiam falar e nem fazer nada pois naquela época as mesmas não tinham direitos perante a lei. O poder patriarcal era tamanho que o simples fato da mulher ousar pedir a separação ou a simples suspeita de ter cometido adultério configurava um atentado contra a família e contra a honra do marido, sendo a mesma penalizada com a morte, pois feria os princípios de educação de uma família patriarcal, e “o passional, buscando eliminar a antijuridicidade de seu fato típico, alegava, em algumas vezes, em sua defesa, ter cometido o crime em legítima defesa de sua honra”

Porem a mulher negra que sofreu duas vezes mais preconceitos. Pois sofria por ser mulher e por ser negra sendo submetida a diversas situações como viver nas senzalas, para o trabalho braçal, como mucamas nas casas grandes, amas de leite, e em todas as outras situações, em que sua presença se fez necessária. E mesmo assim foi forte e tão importante foi a mulher negra para a formação da sociedade brasileira.

Segundo Eliana Calmon9 , a condição de inferioridade jurídica das mulheres só tomou relevância no Brasil na década de 70 quando os movimentos feministas fizeram nascer as ONGs e as associações, com militância constante e competente, direcionando-se para um objetivo comum: envolver o Estado por via de políticas públicas e sociais no sentido de acabar com a violência contra a mulher. Segundo Calmon, ao final do século XX houve uma quebra de paradigma, refletida nas chamadas ações afirmativas em favor da mulher, a partir do objetivo de eliminar a violência doméstica ou social contra a mulher.

Os movimentos feministas foram movimentos sociais que tinham como meta um tratamento isonômico entre os gêneros. De acordo com Maria Berenice Dias (2010), “durante a vigência do Código Civil de 1916 a mulher ao casar perdia a plena capacidade, tornando-se relativamente capaz”.

Em um primeiro momento, no século XIX, surgiu o sufrágio que trazia a ideia de direito feminino ao voto. No Brasil, o direito feminino ao voto foi concedido na década de 30 e somente em 1933, teve disposto legalmente no Código Eleitoral.

Maria Berenice Dias (2007) afirma que o primeiro grande marco para romper a hegemonia masculina foi à edição do chamado Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/62)12, o qual, segundo Berenice, devolveu a plena capacidade à mulher, que passou à condição de colaboradora do marido na administração da sociedade conjugal. O passo seguinte foi a aprovação da L 6.515/77 (Lei do Divórcio), à qual veio romper a uma resistência secular “capitaneada” pela Igreja Católica. No entanto, foi somente na CF/1988 que as mulheres alcançaram a igualdade jurídica na forma da Lei, quando após décadas de luta, as mulheres conseguiram ampliar sua cidadania por meio da Constituição de 1988, a sétima constituição da história do Brasil e a sexta desde que a República foi implantada, porém, a primeira a estabelecer plena igualdade jurídica entre homens e mulheres no Brasil (art. 5°, inciso I), a proteção do mercado de trabalho da mulher (art. 5°, inciso XX), a igualdade no exercício dos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal (art. 226, § 5°) e a criação de mecanismos para coibir a violência no âmbito familiar (art. 226, § 8°).

E até nos dias de hoje as mulheres negras sofrem com preconceitos com sua cor de pele seja no mercado trabalho e até mesmo nas dramaturgias, mesmo assim elas vêm ganhando o seu lugar e voz na sociedade veja algumas delas que fizeram história no Brasil. 

Mulheres negras - 10 que fizeram história no Brasil (selecoes.com.br)


 Tereza ou rainha Tereza  como ficou conhecida, foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho. Após a morte de seu marido, Tereza se tornou a líder do Quilombo. Por duas décadas, ao lado de mulheres e homens negros e indígenas, Tereza resistiu a escravidão. Foi ela quem administrou o quilombo criando uma estrutura política e econômica. Além de conseguir organizar armas, e mecanismos de defesa do local. 

As informações de sua morte não são concretas. Relatos indicam que foi suicídio, após ser capturada. Também há informações de que ela teria sido assassinada por militares.

Hoje, o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, ganhou o nome de Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, no Brasil.


Dandara dos Palmares foi uma grande guerreira. Lutou ao lado de seu marido, Zumbi dos Palmares, na tomada do Quilombo dos Palmares, contra o governo de Ganga Zumba. Mãe de três filhos, Dandara, quando foi necessário, pegou em armas para se proteger, em lanças para caçar, plantou, fez de tudo dentro do quilombo. 

Sua história, no entanto, foi apagada. Não é contada nos livros de história e ainda é pouco citada nos movimentos sociais. Apenas em 2019, Dandara foi reconhecida como heroína. Pela Lei nº 13.816/19, a guerreira foi incluída na lista de Heróis e Heroínas do Brasil. Sua inclusão, no entanto, só veio 22 anos depois da de Zumbi


Maria Carolina de Jesus se tornou reconhecida por seu livro "Quarto de despejo". (Imagem: Autor desconhecido/Arquivo Nacional)

Carolina Maria de Jesus foi escritora, compositora e poetisa. Seu trabalho mais reconhecido é "Quarto de despejo: diário de uma favelada", publicado pela primeira vez em 1960. Uma das primeiras mulheres negras escritoras do Brasil, Carolina é considerada uma das mais importantes do país. 

Antes de ser escritora, Carolina trabalhava como catadora de papel. Mesmo com o sucesso de seu primeiro livro, a escritora não conseguiu emplacar novos sucessos. À época, muitos atrelaram seu primeiro livro à figura do jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação dos seus relatos escritos em um diário.


Maria Firmina dos Reis foi escritora, professora e pioneira. (imagem: Fundação Palmares)

Nascida em São Luiz (MA), Maria Firmina dos Reis foi a primeira romancista negra publicada no Brasil, em 1860. Além de escritora, Maria Firmina foi a primeira mulher negra a passar em um concurso público, no Maranhão. A professora também foi responsável por fundar a primeira escola mista e gratuita da região.



Antonieta de Barros fez história na política de Santa Catarina. (Imagem: Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina)

Antonieta de Barros nasceu em Santa Catarina e foi a primeira deputada estadual negra do Brasil, além de primeira deputada mulher no estado. Filha de ex-escravizados, Antonieta se tornou professora e jornalista. Em uma época na qual o Brasil tinha altas taxas de analfabetismo, foi ela quem criou o Curso Particular Antonieta de Barros, onde o trabalho era dedicado à população carente. Antonieta também criou o jornal A Semana e dirigiu a revista Vida Ilhoa. Além disso, militou na Frente Brasileira para o Progresso Feminino. 


Marielle Franco lutou pelos direitos das minorias sociais. (Imagem: Mídia NINJA/Wikimidia)

Marielle Franco foi uma vereadora carioca. Em 2016, ela foi a quinta mais votada nas eleições municipais. Em 14 de março de 2018, após pouco mais de um ano de mandato, Marielle foi assassinada, junto ao seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro. Sua morte gerou comoção, mas, até o momento, seu assassinato segue sem solução.

Marielle era formada em Sociologia e mestre em Administração Pública. Lutava pelos direitos humanos e buscava melhores condições de vida para pessoas pretas, periféricas e LGBTQIA+. Após sua morte, sua família criou o Instituto Marielle Franco com a missão de inspirar, conectar e potencializar as vidas que Marielle lutava para ajudar. 

 

 

 

A SOCIEDADE DO ESPETACULO



https://pt.wikipedia.org/wiki/Guy_Debord

Guy Debord  (Paris, 28 de dezembro de 1931 – 30 de novembro de 1994) foi um escritor marxista francês e um dos pensadores da Internacional Situacionista e da Internacional Letrista. Seus textos foram uma das inspirações para as manifestações do Maio de 68, especialmente a retorno que propunha à última das teses sobre Feuerbach de Karl Marx, de modo que Debord percebe a filosofia como: "Aquilo que Marx atribuiu automaticamente ao proletariado, os Situacionistas associam a isso o ato de ir além e realizar a arte".[1]



Guy Debord aborda em seu livro a sociedade do espetáculo
 Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.  As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida. A realidade considerada parcialmente reflete em sua própria unidade geral um pseudo mundo à parte, objeto de pura contemplação. "


Ao ler o livro a sociedade do espetáculo pude compreender que, antigamente a mídia era apenas um meio de informações através do rádio e tv.  Ou seja, um mundo que dependia do midiático   para a produção da realidade principalmente na industrial cultural onde havia um controle das imagens na utilização das propagandas. As pessoas conviviam mais umas com as outras. Com o surgimento das rádios novelas depois o cinema onde o marketing teve um papel bem importante, nas relações sociais, deixando de passar apenas pelas manifestações religiosas e políticas, e tudo passou a ser mercantilizado e envolvido por imagens. Mas a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida dentro do contexto da sociedade capitalista, isso não quer dizer que só nessa forma de vida social ocorreu a produção de espetáculos. No século XX entre 1960 e 1970 Guy Debord explica em sua teoria que a imagem tem um poder enorme perante a sociedade devido ao avanço cultural e com isso surgiram consequências como a relações sociais onde há um espetáculo da vida onde o homem passou a ter distanciamento e rejeição da vida real onde pessoas estão dando preferencias por contatos representações de suas imagens em seu meio social.
Ou seja, as pessoas estão optando mais por representação na sociedade a não aceitação da sua imagem natural onde a vida vira um verdadeiro palco passando a serem os atores e atrizes com papel principal, não conseguem viver sem estar presente na mídia expondo a sua vida postando o que comeram, os corpos perfeitos sem manchas ou celulites deixando de mostrar a sua essência mostrando uma vida ilusória sendo escravos da vida do espetáculo. O filme o show de Trumam mostra isso para nós pessoas que vivem por influencias de um programa de tv onde o ator principal era acompanhado desde o ventre onde vivia uma ilusão de vida perfeita sem saber. Porém hoje em nossa sociedade existem pessoas que vivem na ilusão do espetáculo. 




CiberCultura X Sociedade

                                                   André é autor de comunicação, como Cidade Digital (edufba, 2007), Cibercidades (epapers, ...